No canto inferior da foto do atestado, um carimbo com nome, CRM e… uma especialidade médica

Chegaram por mensagem, como tantas coisas chegam hoje em dia. Uma mãe, desconfiada, decidiu investigar por conta própria se o médico que havia atendido seu filho era mesmo especialista na área que dizia atuar. O que encontrou virou uma sequência de imagens: um atestado com carimbo e uma especialidade médica, mas sem o número do RQE. Depois, o print do site do Conselho Federal de Medicina, onde não constava nenhum registro. Por fim, o perfil do profissional nas redes, com uma longa lista de pós-graduações e a frase: “Observe o currículo. Ele transmite confiança.”

Ela observou. E viu que algo ali não fechava.
Não se tratava de uma denúncia raivosa. Era o cuidado de quem quis garantir que estava fazendo o melhor pelos seus.

Histórias como essa têm se repetido com frequência.
Hoje mesmo, um paciente me contou que foi atendido por uma médica que se apresentava como geriatra. Ao buscar mais informações, descobriu que não havia registro oficial da especialidade. Em outro caso, um paciente, em meio a um processo judicial, percebeu que o psiquiatra que o acompanhava há meses não possuía o título formal que dizia ter.

Esses episódios nos colocam diante de uma questão delicada: como preservar a confiança num cenário onde as fronteiras entre formação, divulgação e atuação profissional nem sempre são claras para quem está do outro lado?
A maioria das pessoas não tem obrigação de saber o que é um RQE. Mas, justamente por isso, merece transparência.

Isso não é uma crítica direta aos profissionais. Muitos podem estar reproduzindo práticas que aprenderam como naturais em ambientes com pouca regulação ou clareza.
O problema é estrutural — e seus efeitos recaem sobre quem busca cuidado.
Quando a relação começa com dúvida ou omissão, é natural que o paciente se sinta inseguro.

Não era para ser assim.
Não era para, diante de uma dor, alguém precisar checar registros, consultar conselhos, desconfiar de quem está do outro lado da mesa.
Mas, se hoje é assim, é importante falar sobre isso com responsabilidade.

Desconfiar, nesse contexto, não é falta de respeito.
É um gesto de atenção.
Uma forma de participar ativamente das escolhas sobre sua saúde e a da sua família.
E confiar, nesse tempo, talvez dependa menos de currículos extensos — e mais da clareza com que a relação se constrói desde o início.

Simplificar a promoção de saúde é o meu propósito.
Através de um acompanhamento integral, construiremos uma jornada de cuidado continuado com ferramentas práticas para uma mudança de estilo de vida duradoura.

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